terça-feira, 20 de abril de 2010

Como abrir um dia enlatado




Uma dose diária de ansiedade enlatada:
o despertador maníaco, o bocejo família,
as válvulas frouxas, minha máquina contida.

Existo a quilômetros de mim,
faminta da falta
de apetite dos Outros.

E na literatura de bulas,
sem perder de vista
meu regador de estradas,
em total desuso,
atualizo- me do mundo.
Espero...
Até que o entulho me anoiteça.

Durmo com promessas aos
deuses das papoulas.

Se só por um dia,
o despertador não me aceitar,
rasgarei o embrulho do presente
e do amanhã.


Gostarei apenas da incompletude da vida.
Das formas pueris das incertezas.
Vou experimentar a liberdade das rãs
descobrindo meus olhos,
em lua cheia.

Cavarei no meu peito
os abismos mais profundos
para me encontrar.

Assim,
Não haverá mais dias
enlatados de ansiedade.
Entenderei a arte de engatar o nada
E devorarei o recheio das minhas vertigens.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Capoeira



As coisas do mar gostam do cheiro da cidade.
A cidade gosta mais ainda do cheiro do mar
e as coisas do mar têm
diferentes cheiros dependendo
da hora na cidade.

As ondas arrepiam os corpos
besuntados dos meninos.
Os gritos ao sentir nos pés
a indecisão da água.
O vai e fica na eterna dança com a areia.

Fica e vai, gela a brisa.

No vai e fica,
No vai e vem,
as cócegas nos pés do menino.
No fundo do azul,
Idéias e séculos soterram.
O mar ,
esse espelho de barulhos,
é o cálculo exato do nosso abismo.

Os erros bóiam como algas na espuma.

A noite cata conchas e lixo,
vírgulas deixadas à deriva.
No espelho do mar, estrelas são reticências.
Cascatas caem do céu...

Com a água no pé,
tudo se afasta em um segundo
aproxima-se noutro
Entendo nesse segundo: sou vírgula para a vida.

Como sou vírgula, sou alquimia,
gaivota com fome,
tesouros abissais.
Migratória em ser eu.

No intervalo do que se arrasta ,
Meus olhos encantam no horizonte
a linha divisória do azul.


Água-viva queima os pés do menino durante o dia.
À noite, as reticências refletidas fazem tranças no velho mar.
Desvairadas, estrelas, a cutucar o universo,
enquanto nossos olhos procuram respostas.


Os barcos ancorados à espera da partida,
da magistral ida ou volta, sempre.
No vai e fica, a morte e a vida.




terça-feira, 29 de abril de 2008

Nossos tanques




Na mesa de raio-x, a mulher de jaleco branco pedia para a paciente não se mover. Antes das fotos do fêmur ficarem prontas, uma abelha rainha prendia o testículo de um zangão no canto da sala, que não havia sido varrida pela faxineira Marilda. Outras operárias da mesma colméia da abelha rainha haviam picado, minutos antes da paciente se deitar na mesa de raio-x, um cabelereiro que estava na maca no corredor do hospital. A alergia a picadas de abelhas foi constatada no mesmo prédio de paredes azuis para onde agora ele olhava com desespero. Os ferrões ainda cravados. Seus glóbulos brancos ainda mais pálidos.


O seu coração batia bem menos descompassado que o do casal que transava na sala de próteses, entre parafusos. Ferormônios, endorfinas e estamina. Um espermatozóide quase chegou, mas ficou cansado. O seu adversário, no entanto, conseguiu fecundar o óvulo, que viraria um feto e, mais tarde, um bebê, que teria seu cordão umbilical cortado com as tesouras esterelizadas daquele mesmo hospital. O recém-nascido virou menino.


O menino cresceu olhando o áquario marinho montado no hall de entrada da ortopedia . Imaginava uma orquestra sinfônica, onde as conchas eram os amplificadores e os gramofones. Os peixes dançando... Alguns tímidos perdendo ternos listrados ou vestidos de bolinhas…Sua imaginação fugia sem equilíbrio. Naquele tanque de água cabia mundo. Queria ser seu peixe favorito. Bem longe do hospital, do cheiro de gaze, planejava ser feliz...

terça-feira, 1 de abril de 2008

Novelo



Antes de morrer,
abra todas as portas
de cupim maciço do medo.
Escancare-as.
Deixe que o ranger metálico
ative as resignações encaixotadas.
Leve seus cabelos soltos
para um último passeio,
no quintal do esquecimento.
Veja as estrelas como
hematomas
a lembrar que refúgio
em ser humano é nuvem.

Antes de morrer,
pise firme nas tábuas corridas
do sótão das desilusões.
Invada sua casa com fome de vida:
O peso consentido
do batente da porteira
revela as engrenagens das suas fugas.
Os sermões a cortar os poros frescos
antes do jantar.
No ouvido, nos olhos, no tremor das mãos.
A bíblia do jejum, o texto dos antigos.
O alimento à espera em panelas de ferro,
o tempo, o pão, a ovelha,
a casa do Senhor, nada me faltará.

Os lábios tenros do avô
a empostar um canto comungado.
Cotovelos e punhos mirins
sob a longa mesa,
olhos baixos, pés suspensos nos bancos,
troncos de árvores, raízes arrancadas.

Antes de morrer, repita em voz alta
aquele mesmo amém aliviado
das verdades incompreendidas
dos sermões antes do jantar.
O prato esmaltado e a louça trincada
ainda estão lá.
Os olhos da casa.

A sombra dos adultos na cozinha,
conversas sem poesia.
O dia-a-dia.
No quarto, a insônia acompanhada de
besouros em estalos na alvenaria.


Antes de morrer,
Deixe acesas as lâmpadas
fosforescentes que florescem do teto.
Construa as últimas teias de aranha.
Veja as vigas de suas veias
nas paredes de cal.
O vão da altura das telhas sem forro,
palco de todos os insetos e barulhos noturnos.

Durante o dia, molhe os lábios no sol
a berrar entre as cortinas.
Quadrados de luz projetados
na parede em meio à ventania.
Lembre-se do toque proibido
no corpo alvo entre lençóis quarados.
Solidão ardente.
No varal, o equilíbrio do bambu e do vento
sustenta vestidos sujos de desejo.
Inflamáveis rosários de desejo.
Sinta o pecado do sopro morno
do campo nas coxas,
folhas despenteadas dos cipestres,
rosa envergada no ventre,
a paixão dos primos.
Dedos ristes de pecados brancos.
Família de incêndio em histórias crespas
de vagalumes embotados.

Nas frestas,
o tempo nas badaladas roucas
do relógio da parede.
Os espelhos sem rostos, os retalhos das colchas,
o cheiro de carne de lata,
o amarelo do angu na boca dos cachorros,
o farelo de nós emaranhados nas folhagens.
O polvilho, o talco da morte nas montanhas .

Ensope os sentidos ao farejar o coalho salgado
nas pontas dos dedos sutis da avó.
O caldo das frutas escorrendo pelos braços.
Abertas como pálpebras,
as botas cansadas de capim te esperam
ao lado das bacias de água fervente.

Antes da morte à espreita,
respire o ar do Ingá, do Jequitibá, do Ipê-branco,
dos cogumelos que as chuvas deixaram nas fanfarras
do estrume dos gados.


Antes da morte, ela que tem poeira nos olhos,
aceite o clandestino de suas enfermidades,
as fotos das gerações e a mesa sempre posta
em sentinela a ordenar a febre dos pensamentos.
Deixe que os grandes personagens desfilem pelas grandes janelas:
peneira, enxada, leiteiro, rodas da carroça.

Mas
antes de morrer, não deixe de dar as mãos
ao deuses vegetais dos sonhos.
São eles, em rajadas de ventos de espinhos,
que ainda alimentam nossa pele.
São reais como um galope no tempo.
São entranhas fecundadas, idéias grávidas de
pólvora da resistência.
Essas lascas do destino a nos prometer
pássaros exilados.

Palavras
sepultadas esperam sua boca.
Um canto. A fome, a fome da paciência.
As labaredas do tempo.
Essa ponte sobre o rio largo:
ninguém parte, ninguém fica.
Até que o mundo se cale,
nossa eterna travessia.
Nossa casa.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Síndrome do Salvamento


O ônibus despejou aquelas miniaturas de gente na entrada do colégio. No mesmo momento, a gorda Janira, para limpar as vidraças sujas, equilibrava-se em um dos pedestais antigos do prédio da escola. Elvira, uma menina de apenas oito anos, ficava imaginando coisas. Fazia perguntas que ninguém gosta de responder. Depois do silêncio e do eco dos seus questionamentos, desfazia alguns cachos presos por presilhas coloridas e, sozinha, solucionava seus enigmas infantis.

- E se a Janira cair, tem chance dela não morrer?
- Ah, já sei, anjos vão descer dos céus, eles já fizeram isso antes. Eu vi.

Os meninos espalhados no pátio riam.

Elvira continuava a olhar Janira enquanto o sininho da diretora Cici tocava. Aquele era o aviso de que todo mundo do mesmo tamanho tinha que fazer uma fila antes de entrar na sala de aula. Enquanto meninos e meninas atropelavam – se para pegar os melhores lugares, Elvira não ligava de ficar na última posição.

Na sua cadeira, na sala de aula, enquanto os outros alunos desenhavam aviões, dragões e fábricas com chaminés e suas fumaças, Elvira gostava de debruçar a cabeça no colo e ficar criando estórias. Mergulhada em sua imaginação, afirmava que podia escutar árvores pedindo socorro dentro da madeira maciça em que o corpo se apoiava.


Os professores, o vigia da escola, seus colegas de classe, todos a olhavam como se ela não se encaixasse naquele mundo. Elvira era mesmo diferente. Tinha um pescoço grande como o da avó. Seus cabelos, às vezes acordavam lisos, outrora, cacheados. Sardas apinhavam no seu rosto, mais concentradas em uma bochecha que na outra. Mas os olhos eram como os das crianças na sua idade: querem ver tudo, as pupilas dilatavam-se para observar as coisas que os adultos acham saber.

Em casa, Elvira preocupava os pais. Não sabiam o que havia de errado na educação da filha. Elvira tinha a síndrome do salvamento. Mas, infelizmente, a psiquiatria ainda não sabia disso. Enquanto a empregada Maria José varria os cômodos, a garota sardenta a seguia. Conformada com as maluquices da menina, achava que a coitada só queria um pouco de atenção ou gostava de ouvir as músicas que trouxe consigo lá daquela cidade enterrada no meio do mapa.

Após a limpeza, Elvira abria o latão de lixo e catava tudo que achava triste ali dentro. Palitos quebrados, pacotes amassados. Em seu armário, o entulho ganhava lugar de destaque na prateleira, debaixo de suas roupas quentinhas. Tinha pena daquelas coisas serem descartadas assim sem mais nem menos. Precisava salvá-las. Ela se lembrou, em uma das suas inúmeras noites de insônia, que um anjo sem asas havia lhe dito que tudo tem alma no mundo: as plantas e os animais, por menores que sejam. Até os parasitas e o lodo que fica na cachoeira da fazenda da roça têm seu encanto de eternidade.

Enquanto isso, seus brinquedos novos continuavam intocáveis em dois baús grandes em uma estante de mogno claro embutido. Nem seu pequeno piano ganhava sua atenção. Elvira só gostava daquilo que dava dó.

Na rua olhava bem fixa para o chão, não queria pisar bruscamente em nenhuma flor vertical, em nenhum inseto piedoso fazendo o árduo caminho ou nas formigas suportando pedaços de folhas dez vezes maiores que seu peso. Os seus pés andavam delicados no caminho do dia-a-dia.

Elvira cresceu e as esquisitices de querer salvar o mundo também. Primeiro foi o lixo, agora era a vez dos pobres animais receberem seu socorro. Aos 13 anos, quase não conversava com ninguém. E quando o fazia era apenas para fazer perguntas incômodas. Passava a maior parte do tempo com os cães e gatos que havia recolhido na rua – muitas vezes esses apareceram do nada em sua casa, em caixas de papelão. A sua mãe não gostava de contrariar as caridades da filha única. Pobrezinha. A fama de Elvira havia se espalhado pelo bairro. Sempre tinha mais um lugar no canil para um belo vira-lata. As aves feridas pareciam reconhecer o caminho e voavam sempre para o pátio cinzento que Elvira cobria com grãos de arroz.

A analista de Elvira, uma tal de Márcia, não conseguia responder as interrogações da garota, que mais tarde acabaram virando suas próprias indagações. Tantas questões: os famintos na rua, os palestinos sem pátria, os brasileiros sem pátria, os moleques que rodeavam as montanhas de lixo, a camada de ozônio, os peixes atolados em manchas de óleo... os...

Aos 16 anos, virou ativista do Green Peace; salvou baleias. Mas não bastava... O mundo todo precisava ser curado e ela era só Elvira, a esquisita. Não dava para salvar formigas. O próprio ecossistema necessitava de aniquilamentos mútuos para a própria existência, a tal da cadeia alimentar, os hipopótamos que matavam seus filhotes, a própria seleção natural de Darwin: tudo fazia tanto sentido.

O mundo todo estava doente, mas não era sua culpa. No seu armário, ela só conseguia guardar papéis velhos e sonhos. Não podia salvar o mundo. E um belo dia descobriu isso. Não se revoltou contra Deus e o mundo imperfeito, as injustiças. Passou a ser que nem todo mundo. Acordava, planejava ter uma profissão e à noite freqüentava a mesma igreja da mãe. Escutava atenta as palavras do pastor. Não era mais esquisita; tornou-se mundana. Com a bíblia debaixo do braço, não pensava em salvar mais nada, apenas a sua alma.

domingo, 30 de março de 2008

Sociedade do Alfredinho

Enquanto doutores em filosofia, psicologia e sociologia procuram emaranhar cada vez mais conceitos sobre a sociedade, apoiando-se nas colunas de Atenas para fundamentar teses, prefiro a vertente em que apenas apóio a cabeça naquele travesseiro para formular minhas teorias. A almofadinha, gentilmente cedida pela Itapemirim e outras viações, na viagem de onze horas que faço quinzenalmente a Belo Horizonte, é um filtro das idéias. Depois de tirá-la de um higiênico saco plástico, encosto-a na janela do ônibus para repousar a nuca e trabalhar os pensamentos: nada melhor que o transporte para enxergar a tal sociedade.

Comecei a formular a teoria em um ônibus nada convencional: o transporte do Alfredinho, uma linha interestadual alternativa. Como muitos mineiros que trabalham em Brasília e têm saudades da família, entrei no esquema do trecho BH/BSB, adaptando-me àquela louca sociedade: a família Alfredinho. Toda semana, Alfredo dos Santos, mais ou menos 40 anos, funcionário da Caixa Econômica, fretava dois ônibus de turismo para levar sempre as mesmas pessoas, analistas de sistemas, servidores públicos, colegas do Banco, para a capital mineira. No meio de toda essa gente, eu, jornalista, com tantas críticas e pensamentos fervilhando sobre a tal sociedade.

Acabei descobrindo o ônibus dos mineiros que têm saudades da família acidentalmente. Esbarrei numa colega de Beagá, a Marilda, em um dos shoppings da cidade. Foi aí que ela anotou em um guardanapo o telefone do Alfredo. Valia a pena: a tarifa era bem mais barata que a das tradicionais viações. De quinze em quinze dias, toda sexta-feira, ia para a porta de um hotel em Brasília esperar o ônibus de turismo que prometia ar condicionado, tv, vídeo e todas aquelas mordomias coloridas da infografia da lateral do carro.

Alfredinho era esperto e o que era inicialmente uma brincadeira, uma idéia de amigos da repartição para incrementar a renda, acabou prosperando. Fretou mais um ônibus e outro: quatro sociedades distintas foram formadas. Tinha o poder de decidir em qual dos veículos cada uma das pessoas iria. Sabia dividir bem as coisas. Colocava os amigos em um carro, auxiliares administrativos de outro órgão público em outro. Arrumou um lanchinho para controlar as massas que já exigiam um desconto na passagem. Inventou pacotes, fichou os passageiros, fez os tais cartões de fidelidade. Realmente, era dono da cidade. Tinha seus assessores, ou melhor, cobradores de bilhetes. A sociedade era bem justa: todos possuíam a mesma infra-estrutura. Criou-se a hierarquia socialista do Alfredo: a harmonia estava falsamente estabelecida; intocável.

Alfredo me colocou ao seu lado na pimeira viagem, na segunda e em todas que fiz: o assento 9. Conversava horas a fio, enquanto eu só queria ser educada. Escutava e depois pedia licença para dormir. Ele cuspia mais algumas palavras. Era um falante compulsivo. Falava sobre o negócio promissor, sobre contabilidade, podia ver cifrões na escuridão do ônibus. Pensei em mudar de lugar, mas como fazer essa solicitação se era ele quem escolhia os assentos?

Quando o ônibus chegava à rodoviária de Belo Horizonte, Alfredo, depois de alugar meu ouvido por horas, abraçava esposa e filhos, e não me desejava nem mesmo um “bom fim de semana”. No retorno à Brasília, coincidentemente, estava novamente na cadeira nove. Apesar de nunca ter me cantado, aquela situação era constrangedora, sem nexo nem sexo.

Sem coragem de pedir para mudar para outro gueto, resolvi tomar uma decisão radical: fugir daquela sociedade. Foi então que tive que me habituar às democráticas sociedades dos ônibus das linhas tradicionais. Não tinha que dormir mais com o Alfredo, cada semana era uma cara e um cacoete diferente. Novamente a teoria da sociedade. É engraçada a capacidade que temos de dormir ao lado de pessoas que não conhecemos. Sem falar que acordamos com aquela cara amarrotrada e ainda temos que falar bom dia, com aquele bafo, ao companheiro de viagem. Pensando bem não é muito diferente que dormir com uma pessoa da sociedade da caça noturna dos bares e afins.

Nunca tive muita sorte na escolha dos meus assentos. Os garotos lindos e legais, aqueles que se oferecem para pegar água gelada para você nas paradas e serão futuramente os homens da sua vida, só existem nos filmes e novelas. Ao meu lado, sempre estão elas: mulheres carentes que gostam de mostrar fotografias da família. Elas nunca esquecem seus travesseiros gigantescos com aqueles tentáculos. Ou estão eles: os tarados de plantão que quando fingem dormir dão um jeito de cair em meu ombro direito ou esquerdo, depedendo da numeração da cadeira: par ou ímpar. Sem falar que tenho que aguentar papos chatos e óbvios: “Você é de Beagá ou de Brasília?”.

Na sociedade de ônibus, enquanto uma pessoa quer ler um bom livro, a outra não consegue dormir com a luz acesa. Neném chora, mamãe tem que dar de mamar. A sociedade dos lares pronta para ser exposta em uma viagem de 700km.

A sociedade surge em qualquer lugar. Uns mandam, outros obedecem, outros convencem, a maioria se confunde e todos se divertem. No último mês que fui a BH, tive uma grande sorte na escolha do meu assento. Aquela colega de Beagá, que me deu o telefone da linha alternativa, viajou ao meu lado. Achei estranho, já que ela havia me dito que destetava ônibus da viação Itapemirim. Ela confessou que não aguentava mais o papo da cadeira 9. Já o Alfredinho não aluga mais seus ônibus, tem sua própria frota.

sábado, 29 de março de 2008

Cambalhotas sapecas na Itália


O carteiro e o poeta

O Jornal literário italiano Isla Negra publicou a poesia Saltimbancos, do livro Conjugação de Pingos de Chuva, na sua edição de novembro de 2007. E não é que uma poesia do Fernando Pessoa está dando umas cambalhotas sapecas logo acima do meu texto. Confiram na página 23:

http://www.ildialogo.org/poesia/IslaNegra118.pdf